Resenha: Vidas Provisórias, de Edney Silvestre

Poucas vezes li um livro em tão pouco tempo; Peguei 'Vidas Provisórias' na biblioteca na quarta, e hoje, terça-feira (menos de uma semana) já o conclui.
Não que o livro seja extenso (apenas 240 páginas), mas a força e a excelência da narrativa do livro lançado pelo jornalista e escritor Edney Silvestre em 2013 me obrigaram a não abandonar a leitura enquanto não terminasse de ler a última página.

Um texto ágil, limpo, claro, que conta a história ficcional de dois personagens brasileiros em datas distintas, unidas pelo amargor do exílio obrigatório em países distantes.
Ao redor da trama, segue-se uma extensa e profunda análise histórica real, que conta e mostra a vida em vários países, bem como a visão do Brasil do ponto de vista dos exilados, Paulo e Barbara. As agruras e violência extrema das ditaduras (a imposta pelos militares brasileiros e também a de demais países, como o Iraque de Saddam Hussein), as perseguições políticas e o medo e as cicatrizes psicológicas inundam a história das duas personagens, impedindo-as de apreciar as boas emoções e as mudanças que a vida sempre traz.

Enfim, sem contar muito sobre o livro, mas apenas deixando minhas impressões sobre a riqueza de detalhes e sobre a profundidade escancarada dos sentimentos das personagens, recomendo imensamente a leitura. Ficção com base em histórias e locais reais é sempre um prazer duplo, pois é a soma da emoção de ler uma ótima história com a garantia de poder escorar-se em locais, coisas e pessoas tangíveis, figuras históricas do Brasil e do mundo.

Sem dúvida, nota 10 de 10.

Comentários

Posts mais acessados