Resenha: ASTROLÁBIO – ALEXANDRE BICUDO

 


ASTROLÁBIO – ALEXANDRE BICUDO

Grande disco instrumental do músico pernambucano Alexandre Bicudo, que acumula um currículo gigante de professor, técnico e consultor de equipamentos, uma sumidade no assunto guitarras e seus ‘periféricos’.

Um ótimo disco de guitarras melodiosas lançado neste ano de 2022. Sem soar pastiche ou cópia de nenhum guitarrista em particular, é possível perceber influências sadias de vários músicos e bandas neste disco, como Joe Satriani, Dream Theater, Scott Henderson, Eric Johnson, entre outros. Claro, mantendo sempre uma característica própria e marcante.

Melodias fortes, sérias, com atitude e objetivas, realçando os inúmeros sentimentos pretendidos: alegria, amor, beleza, serenidade, confiança, foco e fé.

‘Amanhecer’ é um belo exemplo: a linda melodia vem embebida de um timbre fantástico, as convenções harmônicas e rítmicas e variações evocam várias sensações e ‘moods’, e as várias partes quase a transformam num tema progressivo.

Eric Johnson é, na minha opinião, uma influência sentida na faixa-título ‘Astrolábio’: guiado por um violão pleno e ‘molhado’, o tema possui climas espaciais e confortantes, trazendo uma paz de espírito a cada compasso.

Ao passo que ‘Distante’ traz um pouco dos climas de Tribal Tech, HBC, e tantos outros projetos do guitarrista Scott Henderson, mas claro, sempre com muita autenticidade e caminhos próprios de Bicudo.

‘Incognito’ remete à beleza enigmática do mestre Allan Holdsworth, com vários climas misteriosos e interessantes.

Talvez a faixa mais própria e autêntica no sentido de mostrar o estilo e a ‘voz’ de Bicudo seja a música ‘Tempo’. E ‘Tempestade’ tem sido a minha faixa preferida até então.

Um disco tecnicamente limitado (em relação a equipamentos e músicos), mas muito bonito em termos de arranjo e sonoridade, onde Bicudo realmente tirou leite de pedra, e que prova que o talento é muito maior que recursos e produções. É importante citar algumas participações bacanas, como os músico Mário Lobo, e Spok que fez o sax em ‘Sozinho’.

 

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